O promissor drone Lily virou um fracasso de US$ 50 milhões

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O Lily tinha a proposta de seguir e filmar o usuário. 60 mil pessoas apostaram na ideia, mas o projeto fracassou de modo lamentável

Lily

Imagine uma câmera voadora que te segue e filma tudo o que você faz. Um equipamento como esse é útil para quem quer registrar uma viagem a partir de ângulos diferentes ou gravar uma atividade esportiva, por exemplo. Não é por acaso que o Lily, um drone que tinha justamente essa proposta, se tornou um grande sucesso. Essa, porém, não é uma história com final feliz.

O Lily foi apresentado em maio de 2015 e, meses depois, na CES 2016, recebeu um prêmio de inovação. O projeto atraiu mesmo as atenções. Drones para filmagem existem há tempos, mas, via de regra, devem ser controlados por um operador. O Lily, não. Esse é um drone autônomo. Ou era.

Olhos só para você

A proposta era realmente simples. Você colocaria um rastreador — um dispositivo com GPS — na mochila ou no bolso, por exemplo. Com isso, o drone passaria a te seguir e a te filmar enquanto você realizasse uma manobra radical com um skate, tocasse um instrumento, fizesse uma dança, enfim. O rastreador tinha microfone, logo, a filmagem também teria áudio.


Para voar, o Lily utilizava quatro hélices. A velocidade máxima era de 40 km/h. Já a altura era de até 15 metros, com o drone podendo ficar até 30 metros longe do usuário. Acelerômetro, giroscópio, barômetro e GPS deveriam ajudar na orientação e na tomada precisa de imagens. Para completar, a câmera oferecia lente grande angular de 94 graus e sensor de 12 megapixels com filmagem em 1080p e 60 fps ou 720p e 120 fps.

Muito interessante, não? Tão interessante que muita gente topou pagar cerca de US$ 500 (valor inicial) pelo Lily em uma espécie de crowdfunding, só que em um site próprio no lugar de uma plataforma como o Kickstarter.

Durante a fase de pré-venda, cerca de 60 mil unidades foram comercializadas, gerando uma arrecadação de US$ 34 milhões. A previsão era a de que as primeiras unidades fossem entregues a partir de fevereiro de 2016. Mas não foram, nem no mês seguinte, nem em mês nenhum.

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Lily, cadê você?

Olhando bem, o sistema de vendas já indicava que alguma coisa estava estranha. Como a comercialização era feita em um site próprio, muita gente pensava que o produto já estava pronto, portanto, bastava pagar e aguardar a entrega. Mas, no fundo, as vendas estavam sendo feitas para financiar a produção do drone, como em uma campanha de crowdfunding, de fato.

Na CES 2016, Antoine Balaresque, CEO da Lily Robotics — empresa responsável pelo drone —, revelou que a companhia recebeu US$ 15 milhões de investidores para tocar o projeto. Somando esse montante com os US$ 34 milhões das unidades encomendadas, a empresa tinha quase US$ 50 milhões em caixa.

Mesmo assim, houve atraso. No blog oficial, a Lily Robotics explicou que, por conta dos vários testes e ajustes de projeto, as entregas tinham sido adiadas para o terceiro trimestre de 2016. Adivinha o que aconteceu? Pois é, houve mais um adiamento, este para o final de 2016 para quem reside nos Estados Unidos e janeiro de 2017 para outros países.

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Os comunicados da empresa, por serem escassos, também davam sinais de que algo não ia bem. No Facebook, por exemplo, a última postagem foi feita em outubro de 2016, e apenas para avisar que a plataforma de suporte (Zendesk) estava temporariamente offline (talvez nem por ali os compradores estivessem tendo retorno).

No Twitter, porém, surgiu um último sinal de esperança: uma mensagem publicada em 19 de dezembro de 2016 dizia que a empresa estava finalizando o cronograma de envios internacionais.

Ideia boa, execução ruim

Depois disso, silêncio. Até hoje (12): a Lily divulgou um comunicado dizendo basicamente que, apesar dos esforços, não conseguiu fabricar e enviar as primeiras unidades do drone, e que o negócio será encerrado. Não ficou claro o que realmente aconteceu, mas como a empresa tinha caixa aparentemente suficiente para cuidar da logística (apesar das informações de que faltou grana), é provável que o projeto do drone em si tenha falhado.

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Imagine uma câmera voadora que te segue e filma tudo o que você faz. Um equipamento como esse é útil para quem quer registrar uma viagem a partir de ângulos diferentes ou gravar uma atividade esportiva, por exemplo. Não é por acaso que o Lily, um drone que tinha justamente essa proposta, se tornou um grande sucesso. Essa, porém, não é uma história com final feliz.O Lily foi apresentado em maio de 2015 e, meses depois, na CES 2016, recebeu um prêmio de inovação. O projeto atraiu mesmo as atenções. Drones para filmagem existem há tempos, mas, via de regra, devem ser controlados por um operador. O Lily, não. Esse é um drone autônomo. Ou era.

Olhos só para você

A proposta era realmente simples. Você colocaria um rastreador — um dispositivo com GPS — na mochila ou no bolso, por exemplo. Com isso, o drone passaria a te seguir e a te filmar enquanto você realizasse uma manobra radical com um skate, tocasse um instrumento, fizesse uma dança, enfim. O rastreador tinha microfone, logo, a filmagem também teria áudio.

Para voar, o Lily utilizava quatro hélices. A velocidade máxima era de 40 km/h. Já a altura era de até 15 metros, com o drone podendo ficar até 30 metros longe do usuário. Acelerômetro, giroscópio, barômetro e GPS deveriam ajudar na orientação e na tomada precisa de imagens. Para completar, a câmera oferecia lente grande angular de 94 graus e sensor de 12 megapixels com filmagem em 1080p e 60 fps ou 720p e 120 fps.

Muito interessante, não? Tão interessante que muita gente topou pagar cerca de US$ 500 (valor inicial) pelo Lily em uma espécie de crowdfunding, só que em um site próprio no lugar de uma plataforma como o Kickstarter.

Durante a fase de pré-venda, cerca de 60 mil unidades foram comercializadas, gerando uma arrecadação de US$ 34 milhões. A previsão era a de que as primeiras unidades fossem entregues a partir de fevereiro de 2016. Mas não foram, nem no mês seguinte, nem em mês nenhum.

O rastreador

O rastreador

Lily, cadê você?

Olhando bem, o sistema de vendas já indicava que alguma coisa estava estranha. Como a comercialização era feita em um site próprio, muita gente pensava que o produto já estava pronto, portanto, bastava pagar e aguardar a entrega. Mas, no fundo, as vendas estavam sendo feitas para financiar a produção do drone, como em uma campanha de crowdfunding, de fato.

Na CES 2016, Antoine Balaresque, CEO da Lily Robotics — empresa responsável pelo drone —, revelou que a companhia recebeu US$ 15 milhões de investidores para tocar o projeto. Somando esse montante com os US$ 34 milhões das unidades encomendadas, a empresa tinha quase US$ 50 milhões em caixa.

Mesmo assim, houve atraso. No blog oficial, a Lily Robotics explicou que, por conta dos vários testes e ajustes de projeto, as entregas tinham sido adiadas para o terceiro trimestre de 2016. Adivinha o que aconteceu? Pois é, houve mais um adiamento, este para o final de 2016 para quem reside nos Estados Unidos e janeiro de 2017 para outros países.

Lily em ação

Os comunicados da empresa, por serem escassos, também davam sinais de que algo não ia bem. No Facebook, por exemplo, a última postagem foi feita em outubro de 2016, e apenas para avisar que a plataforma de suporte (Zendesk) estava temporariamente offline (talvez nem por ali os compradores estivessem tendo retorno).

No Twitter, porém, surgiu um último sinal de esperança: uma mensagem publicada em 19 de dezembro de 2016 dizia que a empresa estava finalizando o cronograma de envios internacionais.

Ideia boa, execução ruim

Depois disso, silêncio. Até hoje (12): a Lily divulgou um comunicado dizendo basicamente que, apesar dos esforços, não conseguiu fabricar e enviar as primeiras unidades do drone, e que o negócio será encerrado. Não ficou claro o que realmente aconteceu, mas como a empresa tinha caixa aparentemente suficiente para cuidar da logística (apesar das informações de que faltou grana), é provável que o projeto do drone em si tenha falhado.

Lily

Segundo o comunicado, o dinheiro dos compradores será devolvido em até 60 dias. É o mínimo a ser feito, pois a frustração vai ficar. É verdade que os apoiadores precisam estar cientes de que todo projeto financiado está sob o risco de falhar. Mas, no caso do Lily, o fato de não ter ficado claro para muitas pessoas que este era um projeto de crowdfunding pesa mais do que o fracasso do produto.

Se houve má intenção aqui, eu não sei. Por ora, o que está evidente é que o Lily se enquadra no contexto da “ideia boa, execução ruim”, o que não tem sido raro no universo do financiamento coletivo. Definitivamente, só ter dinheiro não basta.

FONTE:  tecnoblog.net

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