Drone de oito kg totalmene robótico já voa na Austrália
Há cães a passear entre as secretárias, duas crianças a brincar, bicicletas encostadas à parede, uma zona de mesas de madeira junto a um balcão onde estão microondas e cestos com fruta. O ambiente é descontraído na Airobotics, quase se como um grupo de amigos se tivesse juntado numa garagem emprestada por algum pai para um fim de semana de diversão. Mas 60% desta gente jovem, vestida de ganga e T-shirts coloridas, são engenheiros com vinte e muitos anos ou mais, profissionais saídos das melhores universidades israelitas, capazes de construir drones tão eficazes que a venda ao estrangeiro exige autorização do governo. “No unicorns here, just a bunch of wild horses” lê-se num cartaz. “Nem sinal de unicórnios por aqui, só um grupo de cavalos selvagens”, em tradução livre para português, espécie de crítica às startups que de repente valem fortunas.
Fundada em 2014 por Ran Krauss e Meir Kliner, a Airobotics ocupa um armazém em Petah Tikva. É aqui, nos arredores de Telavive, que são projetados os drones e as boxes que dão fama a esta empresa. “Fornecemos o serviço completo. Instalamos uma das nossas boxes no terreno da companhia, no interior está o drone pronto a utilizar, programado para as tarefas. No final de cada voo de 30 minutos, regressa à box e esta muda-lhe a bateria. Logo, está pronto para nova missão”, explica Efrait Fenigson, vice-presidente da Airobotics, responsável pelo marketing e ela própria formada em engenharia de software. Fico a saber que uma das crianças na fábrica é o seu filho, que veio por não ter havido escola:”Trabalhamos muito, mas a empresa faz tudo para conseguirmos conciliar a vida familiar”.
O drone é branco, construído em fibra de carbono, e pesa oito quilos depois de instalados desde a bateria às câmaras, passando pelo paraquedas que garante contra eventual avaria. Já a box, em tons de cinza escuro e laranja, tem três toneladas. O sistema de negócio é o leasing, com a Airobotics a fornecer toda a programação de voo e a manutenção. Os clientes são, para já, companhias mineiras, com os drones a fazerem vigilância de segurança e medição de stocks. Além de Israel, a empresa abriu um escritório na Austrália ocidental, onde tem já um grande cliente na área das minas. Há também interesse da parte da Rússia, do Canadá e dos Emirados Árabes Unidos, dado o potencial para instalações petrolíferas, “mas a autorização para fazer contrato terá de ser dada pelo ministério da Defesa”, acrescenta Fenigson. Afinal, Israel tem razões para viver obcecado com a segurança nacional e para desconfiar da vizinhança árabe.
A um quilômetro encontra-se o terreno de testes da Airobotics. Dois drones levantam voo. Os jornalistas podem filmar e fotografar todo o processo menos a aterragem, alerta a vice-presidente. “É um dos nossos sucessos tecnológicos “, diz Fenigson, referindo-se ao processo que permite ao drone regressar à box que lhe serve de casa. “E também é segredo”.
Fonte Telavive e Haifa.