Drones ajudam no monitoramento do pasto
O emprego de tecnologias no agronegócio vem ganhando espaço ao longo dos últimos anos com o uso de softwares, máquinas agrícolas automatizadas e de precisão, imagens de satélite, técnicas de reprodução como selecionamento genético e mais recentemente o uso drones. O equipamento tem auxiliado os produtores rurais para monitoramento da lavoura, da pastagem e dos animais por meio de captação de imagens de alta definição e atualizadas.
E a eficiência da utilização vai além da captação de imagens, mas em automatizar a solução, ou seja, integrar as imagens em busca de soluções no campo. O especialista em drones Edson Jabur explica que o resultado desejado para o uso de tecnologias está na integração multidisciplinar delas.
Ou seja, não adianta ter o equipamento, se não houver a troca de experiências entre os profissionais que atuam na propriedade. Assim, o produtor, o médico veterinário, o agrônomo e os profissionais de tecnologia da informação precisam trabalhar alinhados em buscas de soluções para aumentar a produtividade e eficiência.
No caso da pecuária de corte, o diretor-técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco de Sales Manzi, explica que existem muitas ferramentas disponíveis atualmente e o drone é mais uma delas. “Atualmente trabalhamos com margens apertadas e o uso de tecnologias possibilita aumentar a produtividade. O drone, por exemplo, dá suporte para o manejo de pastagem e monitoramento de bebedouros e cochos e até na verificação das cercas em tempo real. Isso reduz custos e evita perdas na produção”.
O instrutor Edson Jabur revela que vai dar início a uma pesquisa para o levantamento de dados com drones a respeito de biomassa das áreas de pastagem. “Para isso, será utilizado um sensor específico embarcado no equipamento que nos dará a possibilidade de analisar índices como o NDVI (número de pixels versus valor digital), dentre outros índices, que apresentam e quantificam de forma mais assertiva o estado da pastagem”.
Ou seja, com a análise das imagens será possível identificar a situação do pasto e estabelecer o manejo adequado que permita melhor rendimento alimentar para o animal e respeite o tempo de recuperação da pastagem. “Com as imagens é possível gerir o uso do pasto. Atualmente, as imagens captadas por satélites, por exemplo, são enviadas de 15 em 15 dias. Com o drone este monitoramento pode ser diário para a realização da rotação de pastagem”, explica Edson Jabur.
O rotacionamento é a técnica que consiste separar o pasto em áreas menores, chamadas de piquetes, e colocar o rebanho sequencialmente nelas, respeitando o tempo de recuperação e rebrota da planta entre um pastejo e outro. Edson Jabur explica que do alto é possível verificar como está o desenvolvimento dos pastos, quais devem ser reformados e quais estão bons para uso.
Ainda existem algumas limitações com relação ao uso do drone. Jabur afirma que em pequenos rebanhos é possível a utilização para contagem de cabeças de gado, mas em rebanhos maiores a aplicação para este fim encontra barreiras devido à alta margem de erro. Gados debaixo de árvores em sombras e falta de contraste por conta da cor do animal ser semelhante a cor do solo são alguns casos em que os animais acabam camuflados aos “olhos” do drone.
Capacitação – O uso de drones na agropecuária é uma técnica que exige capacitação e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Mato Grosso (Senar-MT) oferece cursos gratuitos para produtores rurais. Este ano, cerca de 150 produtores participarão do treinamento, que possui 16 horas-aulas e vem sendo realizado em diferentes municípios por meio de parcerias com os sindicatos rurais.