Drone ajudará o agronegócio a melhorar o desempenho e controlar os riscos.
Desenvolvida pela Embrapa Instrumentação Agropecuária, tecnologia analisa cores das plantas quase em tempo real e permite mudanças necessárias.
ma tecnologia instalada em um drone vai ajudar principalmente os pequenos produtores a controlar e melhorar as plantações. Desenvolvida pela Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos (SP), ela analisa as cores das plantas quase em tempo real e permite que o produtor faça as mudanças necessárias, evitando prejuízos.
Assim que o drone levanta voo as fotos começam a ser tiradas e as cores refletidas pelas plantas já são analisadas.
“A imagem mostra o estado atual da planta e acaba funcionando como se fosse um raio X, onde a gente observa algumas características. Com a análise dessa informação a gente consegue descobrir se a planta está precisando de irrigação ou de fertilizante e assim o produtor pode tomar alguma decisão e atuar para melhorar o plantio”, disse o pesquisador Daniel Sales.
Vantagens do sistema
A pesquisa foi desenvolvida em parceria com uma empresa norte-americana especializada em telefonia celular. Foram dois anos de estudo e a grande vantagem é o tempo para o resultado sair.
“À medida que o drone sobrevoa a plantação, as imagens vão sendo coletadas e processadas. Alguns minutos após o final do voo a gente já consegue fornecer um relatório. O procedimento atual é lento e pode demorar até 15 dias e isso para o produtor não é interessante, porque ele precisa atuar rapidamente para poder obter algum resultado”, afirmou Sales.
“Às vezes, você vai verificar o problema e você vai constatar qual é a perda no bolso, mas você não consegue corrigir. Saindo em minutos, em muitos casos, você pode replantar, pode fazer o controle da invasora, controle da irrigação quase que em tempo real”, disse o pesquisador da Embrapa Instrumentação Lúcio de Castro Jorge.
Nove vezes mais barato
Além do resultado sair muito mais rápido, outra vantagem é o custo. Hoje para conseguir fazer esse raio-X da plantação, junto com o drone, é necessário ter um computador e três softwares, com um investimento de no mínimo R$ 90 mil.
Já o sistema desenvolvido pela Embrapa consegue juntar todas essas tecnologias em uma placa parecida com a que há no celular. Com isso, o preço vai ficar nove vezes mais barato.
“Quase 80% dos nossos produtores têm menos do que 200 hectares e eles não têm acesso à tecnologia por causa do custo. Imagina o ganho que nós teríamos na nossa lavoura, na nossa produção nacional com o uso dessa tecnologia”, disse Jorge.
Teste em fazendas de milho
A meta é transmitir os dados por Wi-Fi para que sejam visualizados nos tablets ou nos celulares. O próximo passo é testar o protótipo em 100 fazendas de milho no Paraná.
“Fechada a safra, fechados os ajustes, a gente [pretende] chamar empresas interessadas para fazer a transferência da tecnologia. Em abril ele deve ser disponibilizado para as empresas e a empresa terá mais um ano para poder prototipar e entregar para o produtor”, concluiu Jorge.
Fonte: G1